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Grupo de tricoteiras paulistanas desmancha estereótipos: há até quem goste de Lady Gaga e use iPhone
http://revistaepocasp.globo.com/Revista/Epoca/SP/foto/0,,33480074,00.jpg
Paola Ricioli, 16 anos, às vezes tem vergonha de revelar o hobby para os amigos
Fio de lã em torno do pescoço e par de agulhas nas mãos, Paola Ricioli tricota um casaquinho, uma imagem inusitada para uma tarde de sábado no Vanilla Café da Alameda Itu. Aos 16 anos, essa ex-fã da banda NX Zero é a caçula do grupo Tricoteiras (www.tricoteiras.com), que desde 2008 promove discussões em um fórum virtual e se reúne mensalmente para trocar dicas de receitas e acessórios. Faladeiras, as 22 mulheres passam seis horas tecendo peças, tricotando para aliviar o estresse e, ao mesmo tempo, desmanchando o estereótipo da vovó na cadeira de balanço: são advogadas, tradutoras, psicólogas, com idades entre 16 e 70 anos. A estudante Paola, por exemplo, aprendeu a habilidade manual com a mãe, aos 9 anos, e hoje tricota em casa suas boinas e cachecóis ao som de Lady Gaga e Britney Spears. Ela diz que às vezes tem vergonha de revelar seu hobby retrô. “Alguns amigos acham bem estranho.” Em alguns casos, namorados também. Quando a jornalista Clara Quintela, 33 anos, uma das fundadoras do grupo, resolveu fazer um pulôver de surpresa para seu namorado, o grupo a aconselhou a desistir da ideia para não botar seu relacionamento em perigo. “Isso assusta: eles acham que a gente quer logo casar e pulam fora”, diverte-se.

Assim, a maioria cria peças para uso pessoal e doações (meias e mantas seguem para abrigos de idosos e creches) ou para presentear amigas e filhos. Homens lá não têm vez nem nas fofocas. Elas preferem falar mesmo de tricô, entre rolos coloridos, sucos e xícaras de café. Em pouco tempo, surgem boleros, chales, roupinhas de bebê. Solícitas, param de tricotar quando uma delas, orgulhosa, quer mostrar o trabalho finalizado. Em quase todas as bolsas há uma peça inacabada. “A gente precisa ter o que fazer na sala de espera do médico ou na fila de uma repartição pública”, diz a empresária Marilena Staropoli, de 55 anos.

As tricoteiras mais modernas não se contentam com o aparato básico. Munida de um estojo cheio de acessórios, notebook e iPhone, a psicóloga Zaira Faro, 47 anos, investe no que considera uma terapia para sua ansiedade. Na tela do computador, confere as receitas que baixou dos sites. No celular, fotografa as peças em andamento e anota qual a linha e a lã usadas, para não haver confusão. “O processo de feitura é mais gratificante do que ver a peça pronta. Treina paciência e desprendimento. Porque às vezes é preciso desmanchar o que levou horas para ser construído”, diz.

Comentários

  1. casaquinho em hexagono pode der feito num tamanho maior pra criança de 2anos?

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